Em 1985 a Dra Nilce Correa Meirelles, pesquisadora com larga experiência no estudo de hemeproteínas respiratórias, fundou o laboratório de Biomembranas. Nele passou a desenvolver técnicas para o estudo de membranas de eritrócito, usadas como modelo de membrana para avaliar estados patológicos e a interação de drogas. A partir de 1986, hemácias de portadores de hemoglobinopatias (-talassemia e deficientes de glicose 6-fosfato desidrogenase) passaram a ser analisadas. Em 1990, o estudo de anestésicos locais com o uso de membranas artificiais (lipossomas) e de técnicas de Ressonância Magnética Eletrônica e Nuclear foi incorporado ao grupo, através da Dra. Eneida de Paula. Posteriormente, passaram a fazer parte dos projetos de pesquisa em desenvolvimento no laboratório o estudo de microssomas e do sistema P450 como biomarcadores do efeito toxicológico de fármacos (1995) e agentes poluentes (1997). Estudos envolvendo o tratamento quantitativo do fenômeno hemolítico induzido por anfifílicos, no sentido de entender os mecanismos responsáveis pela solubilização de membrana se tornaram consistentes com a tese de doutorado de Sonia Valéria P. Malheiros (1998). A partir de 1999, projetos voltados ao desenvolvimento de formulações para liberação sustentada de fármacos (drug-delivery) usando lipossomas ou ciclodextrinas foram introduzidos, com o doutorado da Luciana de Matos A. Pinto; levando à preparação de anestésicos locais de longa duração, bem como o aumento da biodisponibilidade de outros fármacos hidrofóbicos. Outros carreadores como calixarenos (pós-doutorado do Dr. Sérgio Antonio Fernandes) e nanopartículas poliméricas têm sido também estudados desde 2007 (linha de pesquisa do Dr. Leonardo Fernandes Fraceto). Testes de analgesia, em animais de laboratório foram iniciados com o então aluno de Iniciação Científica Rafael Vanini e depois concretizados nas teses de Mestrado e Doutorado de Daniele Ribeiro de Araújo (2005). Esta linha é, atualmente, a principal abordagem do laboratório de Biomembranas e nos rendeu além das publicações, 5 depósitos de patentes até 2012 e uma interação com indústria farmacêutica nacional. A partir de 2003, iniciamos colaboração científica com os pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Unicamp (Drs. Francisco Carlos Groppo, José Ranali e Maria Cristina Volpato,) com os quais temos testado em humanos a utilização dessas formulações anestésicas de liberação sustentada.
Atualmente, o laboratório de Biomembranas desenvolve também projetos voltados a interpretação da ação, em membranas, de outros anfifílicos além dos anestésicos locais, a saber: fenotiazínicos, antimaláricos, antishistossomais e detergentes. Nesta abordagem se estabelece uma correlação entre os parâmetros físico-químicos desses compostos (como solubilidade, ionização, partição,...) com alterações estruturais e dinâmicas nas membranas. Além disso, nosso grupo de pesquisa tem se dedicado ao estudo de domínios lipídicos (lipid rafts) presentes na membrana eritrocitária através do preparo de membranas resistentes a detergentes (DRMs).
Colaboradores:
O laboratório mantém colaboração científica com pesquisadores da UNICAMP, de outras Universidades do Brasil, América do Sul e Europa, a saber:
Dr. Alberto Spisni e Dra. Thelma de Aguiar Pertinhez, Istitito di Chimica Biologia, Universitá Degli Studi di Parma, Itália.
Dra. Angélica de Fátima de Assunção Braga, Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Ciências Médicas / UNICAMP.
Dra. Daniele Ribeiro de Araújo, Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC, Santo André, SP.
Dra. Giovana R. Tofoli –Unidade de Farmacologia Clínica e Gastroenterologia, Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP.
Dr. Heloisa N. Bordallo, Niels Bohr Institute, University of Copenhagen, Copenhagen, Denmark.
Drs Francisco Carlos Groppo, José Ranali, Maria Cristina Volpato e Michelle Franz-Montan Braga Leite, Departamento de Farmacologia, Anestesiologia e Terapêutica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) / UNICAMP.
Dr. Leonardo Fernandes Fraceto, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Estadual Paulista Julho de Mesquisa Filho (UNESP), Sorocaba, SP.
Drs Luciana de Matos Alves Pinto e Paulo Sérgio Castilho Preté, Departamento de Química, Universidade Federal de Lavras, MG.
Dr Luis Fernando Cabeça, Univ.Tecnológica Federal do Paraná, Londrina, PR.
Dr. Marcelo Bispo de Jesus – Instituto de Biologia / Unicamp
Dra. Maria Angélica Perillo, Universidad de Córdoba, Argentina.
Dra. Maria Teresa Lamy, Instituto de Física, USP, São Paulo, SP.
Dra. Monica A. Pickholz, Universidade de Buenos Aires, Argentina.
Dra. Patrícia de Santi, Facultad di Pharmacia, Universitá Degli Studi di Parma, Itália.
Dra. Patrícia O. Carvalho, Laboratório Multidisciplinar, Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP.
Drs Rosangela Itri e Leandro Barbosa, Instituto de Física, USP, São Paulo, SP.
Dr. Sérgio Antonio Fernandes, Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa, MG.
Dra. Shirley Schreier, Departamento de Bioquímica, USP, São Paulo, SP.